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São João de Brito

Segunda-feira, 04 Fevereiro 2064por Visualizações : 8956

4fev S. Joao de BritoSão João de Brito nasceu a 1 de março de 1647 em Lisboa e faleceu em Oriur na Índia a 4 de fevereiro de 1693.

Era filho de Salvador de Brito Pereira e de Brites Pereira. Foi batizado como João Heitor de Brito. O seu pai era Fidalgo da Casa Real, Alcaide-Mor de Alter do Chão e Governador do Rio de Janeiro. São João de Brito ficou órfão de pai aos apenas quatro anos. Desde cedo que, juntamente com os seus irmãos, Cristóvão e Fernão, teve ensino cristão.

Aos 11 anos, João de Brito ficou doente com tal gravidade que, nas suas preces para recuperar a saúde, invocava São Francisco Xavier (http://www.paroquia-almancil.pt/utilidades/vida-dos-santos/icalrepeat.detail/2018/12/03/43213/-/s-francisco-xavier.html). Acreditando ter ficado bom através das suas preces, veste-se com o hábito de Santo Inácio (http://www.paroquia-almancil.pt/utilidades/vida-dos-santos/icalrepeat.detail/2018/07/31/47528/-/s-in%C3%A1cio-de-loiola.html), da Companhia de Jesus, tal como tinha prometido, durante um ano. Após o período da promessa, João de Brito revelou à mãe a sua intenção de entrar para a Companhia de Jesus e de seguida parte para a casa do noviciado de Lisboa, onde passa os dois anos seguintes.

Depois de cumprido o noviciado, São João de Brito parte para Évora onde estuda Humanidades e Filosofia durante cinco anos. Porém devido ao clima da cidade São João de Brito adoece e muda-se para Coimbra, para estudar Filosofia no Colégio das Artes.

São João de Brito começa a pensar em ir como missionário para a Ásia, mais propriamente para a Índia, e em 1668 faz o pedido ao Padre Geral da Companhia. Em 1669 volta a repetir o pedido. Depois de terminar o curso de Filosofia, é nomeado para lecionar a cadeira de gramática no colégio de S. Antão em Lisboa (atual Hospital de S. José). Entretanto, recebe a notícia de que o seu pedido para ir para a Índia tinha sido aceite. Influenciado pelo Governador-geral de Madurai (Índia), que se encontrava em Lisboa a procurar membros para a missão, João de Brito decide-se por esta cidade. Estuda Teologia entre 1671 e 1673 para poder ser ordenado sacerdote e partir em missão.

Quando informa a sua mãe, esta tenta impedi-lo, por todos os meios, de ir, no entanto a 25 de março de 1673, São João de Brito embarca para Goa, Índia, onde chega a 14 de setembro desse ano. Os primeiros tempos naquele território foram de preparação para a sua vida de missionário: dormia no chão, não comia nem carne nem peixe, apenas vegetais, fruta, arroz e leite, e poucas, ou nenhumas, condições materiais tinha à sua disposição; termina os estudos de Teologia. No início do ano seguinte, parte para Ambalacata, onde se situava um colégio de estudantes e um seminário para a formação de sacerdotes do rito sírio. Em abril, segue para a missão de Madurai para aí ser o Superior da Comunidade. Embora lhe tenham oferecido condições para efetuar a viagem comodamente, São João de Brito decide ir pelo seu próprio pé, acompanhado pelo Padre André Freire.

São João de Brito dirigia-se principalmente aos párias (casta mais baixa do sistema de castas da Índia) por aí ter mais amigos. Como os párias eram desprezados pelas outras castas, os missionários que lidavam com eles também o eram. Percebendo que a única forma de conquistar a casta mais alta, os brâmanes, eram identificar-se com eles, São João de Brito começou a vestir-se como eles, deixou crescer o cabelo e aprendeu a sua língua.

Até 1679, João de Brito efetuou a sua ação missionária entre Colei e Tatuancheri. Esta ação abrangeu doentes, feridos de guerra e desprotegidos. Até 1685, o trabalho missionário de São João de Brito continuou, por entre várias dificuldades e mesmo perigo de vida, ao longo de várias regiões. De 1685 a 1686, São João de Brito exerce o cargo de Superior da Missão de Madurai.

A 5 de maio de 1686, o santo chega ao reino de Maravá. Devido às perseguições contra os cristãos que ali tinham lugar, há cerca de 18 anos que nenhum missionário passava por aquela região. Aí, São João de Brito batiza e confessa mais de 2 000 cristãos. Depois destas ações, parte para norte, acompanhado de mais cinco catequistas, e cruza-se com o chefe do exército de Maravá que os prende e tortura, obrigando-os a invocar o Deus Shiva, o que recusaram. Devido à recusa de invocar o Deus Shiva São João de Brito e os cinco catequistas são presentes a tribunal e condenados à morte por empalamento e a lhes serem cortados os membros por estarem a querer divulgar uma religião diferente e a não invocarem o nome de Shiva. A sentença foi cancelada pelo rei depois de ouvir São João de Brito explicar em que consistia o cristianismo; o rei considerou que a religião possuía grandes virtudes e fugia do pecado.

São João de Brito deixa Maravá e parte para Malabar onde é informado pelo padre provincial que tem de se deslocar a Portugal e, de seguida, a Roma, para fazer um ponto de situação sobre as missões. O santo pediu que não o enviassem pois não queria afastar-se de Madurai. Contrariado, em dezembro de 1687, São João de Brito parte de Goa rumo a Portugal, chegando a Lisboa a 8 de setembro de 1688. O santo foi recebido por D. Pedro II, e por toda a corte. De seguida, foi visitar as casas dos jesuítas de Santarém, Coimbra, Porto e Braga, para recrutar elementos para as missões. A mãe tentou contacta-lo por diversas ocasiões, mas ele dava sempre mais prioridade à sua missão religiosa; de volta à corte, o rei D. Pedro II convida-o a ficar em Portugal, mas São João de Brito recusou. Por intervenção do rei, São João de Brito não chega a ir a Roma.

Em abril de 1690, João de Brito parte, de novo, para a Índia, onde chega em Novembro. Os últimos anos de vida do Padre João de Brito são anos de evangelização, novas provações, dificuldades e perigo da sua própria vida. O rei da região perseguia-o por ser cristão. A 8 de janeiro de 1693, São João de Brito é preso em Muni, e espancado, juntamente com um jovem e um brâmane cristão. O santo chega à capital três dias depois, após percorrer um longo caminho a pé, ser insultado pelo povo e ter sido atado a um cavalo. É colocado numa prisão e alimentado apenas com uma pequena refeição de leite por dia. Daí São João de Brito é levado para Oriur, onde chega no dia 31 de janeiro. A 4 de fevereiro, o rei manda executá-lo, por decapitação e, posteriormente, é desmembrado.

Foi canonizado pelo Papa Pio XII a 22 de junho de 1947.

 

São João de Brito rogai por nós!

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