Vida dos Santos

S. Francisco Régis Clet nasceu a 19 de agosto de 1748 em Grenoble (França) e faleceu a 18 de fevereiro de 1820 em Wuchang, China. Era o décimo dos quinze filhos (8 mulheres e 7 homens) de Cesario Clet e Claudina Bourguy. A educação que S. Francisco Régis Clet recebeu dos seus pais foi uma educação sólida na fé, no santo temor a Deus. Três dos quinze irmãos consagraram a sua vida a Deus.
São Francisco Régis Clet fez a primeira comunhão a 20 de março de 1760, na paróquia onde foi batizado um dia depois do seu nascimento. A sua infância e juventude foram passados tranquilamente, como qualquer criança ou jovem francês daquela época.
Não há certezas em relação às datas dos seus estudos. No entanto, os dados apontam para que no ano de 1760 tenha ingressado no Colégio Real de Grenoble (o único existente na altura) e dirigido por jesuítas. São Francisco Régis Clet era um estudante brilhante. Os Padres da Congregação da Missão eram bem conhecidos em sua cidade e Francisco decidiu seguir a maneira da vida vicentina.
Depois de ter concluído os seus estudos humanísticos, São Francisco Régis Clet entrou no Noviciado da Congregação da Missão, em Lyon, a 6 de março de 1769. A 18 de março de 1771 faz os votos solenes na presença do Pe. Juan Pedro Audiffred. A 4 de abril de 1772 recebe as ordens menores na Companhia de S. Vicente de Paulo e a 19 de dezembro de 1772 é ordenado diácono; finalmente a 27 de março de 1773 é ordenado sacerdote.
Pouco antes de ser ordenado diácono foi nomeado professor de teologia moral no seminário maior de Annecy, onde permaneceu durante 15 anos sendo admirado por todos (bispos, sacerdotes, estudantes).
Em 1788 com a morte do Pe. Jacquier é convocada uma assembleia geral para a eleição do novo sucessor de S. Vicente de Paulo e S. Francisco Régis Clet torna-se Diretor do Seminário Interno da Congregação da Missão, na Casa Mãe, em Paris. A notícia chegou rapidamente a Annecy e todos lamentaram profundamente a ausência de São Francisco Régis Clet.
Entretanto em Paris, a direção firme e inteligente de S. Francisco Régis Clet fazia com que noviços que chegavam dessem grandes esperanças para o futuro da Companhia. No dia 12 de julho de 1789, a casa de S. Lázaro, em Paris é invadida devido à Revolução Francesa. Todos os padres e irmãos da Casa de São Lázaro tiveram de fugir para salvar as suas vidas. Ao regressar no dia seguinte verificaram que tudo tinha sido saqueado.
Apesar das devastações causadas pela Revolução Francesa, o Superior Geral da Congregação da Missão continua a enviar missionários à China e São Francisco Régis Clet partir como missionário, tendo visto a sua intenção recusada pelo Superior Geral.
No dia 15 de maio de 1791, a equipa de missionários da congregação que devia partir para a China, viu-se impedida de partir por causa de contratempos do sacerdote destinado. São Francisco Régis Clet, apresenta-se novamente ao seu Superior Geral que autoriza então a sua partida.
São Francisco Régis Clet chega a Macau a 15 de outubro de 1791 e a Kiang-Si exatamente um ano depois. Durante quase trinta anos, ele se consagra inteiramente à missão chinesa e se adapta à sua nova maneira de vida, bem como a uma língua particularmente difícil. A maior parte dos Padres entrou na China ilegalmente.
No dia 14 de maio de 1818 aconteceu em Pequim um fenómeno natural atmosférico, em que o céu e a terra escureceram de tal modo que não era possível ver as pessoas nem utilizando lâmpadas. O imperador chinês pensou que isso era um castigo vindo do céu e imediatamente mandou investigar a causa de tal fenómeno. Os mandarins culparam de imediato os cristãos.
Havia na província de Hou-Kouang um chinês que odiava de tal maneira os cristãos que incendiou a sua própria casa, dizendo ter sido um sacerdote europeu o autor intelectual de tal crime. Isso fez com que fosse lançada uma busca incansável pelo sacerdote, sendo mesmo oferecidos 7500 francos de recompensa a quem indicasse o seu paradeiro.
Os Lazaristas, ajudados pelos Padres chineses, trabalharam em diversas Províncias da China, a serviço de mais de 200.000 cristãos. A situação era muito perigosa por causa das perseguições religiosas e deviam evitar serem reconhecidos. Quatro meses após estas perseguições o Pe. Francisco Régis Clet decide mudar-se para a província de Ho-Nan, pensando que aí poderia ser útil aos seus irmãos, uma vez que onde se encontrava e devido às perseguições já não conseguia fazer o seu trabalho apostólico. Contudo na nova província S. Francisco Régis Clet foi denunciado por um sacerdote chinês. Assim no dia 6 de junho de 1819, o Pe. Clet foi preso e feito prisioneiro em Jinjiagang e jogado mais tarde na prisão de Nan-Yang-Fou. Depois de muitos meses de sofrimentos, por causa das torturas cruéis e brutais, foi condenado à morte pelo Imperador. “Vós viestes à China secretamente, vós pervertestes numerosas pessoas, pregando vossa doutrina, e, segundo a Lei deveis ser estrangulados até a morte”.
S. Francisco Régis Clet morreu no dia 18 de fevereiro de 1820, perto de Ou-Tchang-Fou, depois de ter sido estrangulado, pendurado numa cruz.
Foi canonizado pelo Papa João Paulo II a 1 de outubro de 2000, conjuntamente com 119 outros mártires chineses.

S. Francisco Régis Clet rogai por nós!