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São Francisco de Paula

Sábado, 02 Abril 2022por Visualizações : 5848

2 Abr san francisco de paulaSão Francisco de Paula nasceu em Paola (Itália) a 27 de março de 1416 e faleceu em Tours (França) a 2 de abril de 1507. Era filho de Giácomo Daléssio (Tiago) e de Viena de Fuscaldo. Os pais de São Francisco de Paula eram agricultores e o pai tirava do campo o sustento da família e santificava-se na oração, jejum, penitência e boas obras. Como não tinham filhos Giácomo e Viena rezavam pedindo a graça de terem um filho. Faziam-no intercedendo a São Francisco de Assis (http://www.paroquia-almancil.pt/utilidades/vida-dos-santos/icalrepeat.detail/2018/10/04/48947/-/s%C3%A3o-francisco-de-assis.html) e prometeram que se fossem atendidos lhe colocariam o nome de Francisco, pois tinham especial devoção ao santo.

As orações do casal foram atendidas e no dia 27 de março de 1416 nasceu São Francisco de Paula. No entanto a alegria do nascimento do menino foi de pouca duração, pois São Francisco de Paula nasceu com um abcesso maligno no olho esquerdo, que lhe ameaçava a visão. Giácomo e Viena recorreram de novo a S. Francisco de Assis pedindo-lhe que curasse o menino e que se tal acontecesse assim que a idade o permitisse iria para um convento franciscano durante um ano. São Francisco de Paula melhorou consideravelmente do abcesso.

Quanto São Francisco de Paula tinha doze anos, apareceu em sua casa um frade franciscano que relembrou os pais da promessa que haviam realizado e que era tempo de cumprirem a mesma. Assim São Francisco de Paula foi levado ao convento franciscano de São Marcos, em Paola.

Mesmo não estando obrigado a tal o jovem Francisco de Paula cumpria com exatidão as normas conventuais, tornando-se até exemplo para os frades mais experimentados e vividos nas práticas religiosas.

Alguns fatos extraordinários marcaram a vida do pequeno Francisco de Paula. Um dia o sacristão ordenou-lhe que fosse buscar brasas para o turíbulo, mas sem lhe indicar como o fazer. Na sua inocência São Francisco de Paula foi e colocou as brasas no seu hábito levando-as ao irmão sacristão, sem que o seu hábito se queimasse. Noutra ocasião, São Francisco de Paula ficou encarregado da cozinha, pôs os alimentos numa panela e colocou-a sobre o carvão. Depois dirigiu-se para a igreja a fim de rezar esquecendo-se de acender o carvão. Rezando, São Francisco de Paula entrou em êxtase, e não deu pelo tempo passar. Mais tarde um frade entrou na cozinha e viu o fogo apagado, procurou São Francisco de Paula perguntando-lhe se a refeição estava pronta. O jovem respondeu que sim e, em seguida, foi para a cozinha. Não se sabe como, mas o fogo estava aceso e os alimentos cozidos…

Ao fim do ano e cumprida a promessa dos pais, São Francisco de Paula voltou a casa e iniciou com os pais uma viagem a Roma, Assis, Loreto e Monte Cassino. Ao chegar a Monte Cassino, São Francisco de Paula soube que tinha sido ali que São Bento (http://www.paroquia-almancil.pt/utilidades/vida-dos-santos/icalrepeat.detail/2018/07/11/57946/-/s%C3%A3o-bento.html) se tinha estabelecido entregando-se totalmente a Deus. São Francisco de Paula pediu então aos pais que o deixassem viver como eremita. Sofrendo por um lado, mas alegrando-se pelo outro, os pais consentiram que o filho passasse a viver isolado. A princípio os seus pais levavam-lhe comida, mas certo dia São Francisco de Paula desejando viver exclusivamente para Deus, fugiu e encontrou refúgio numa gruta no meio do deserto onde viveu por seis anos.

São Francisco de Paula passou a morar isolado nessa gruta onde fazia grandes sacrifícios, orações e jejuns, aos quais chamava de quaresmas. De acordo com uma tradição corrente na Ordem fundada por ele, foi nessa gruta eremítica que São Francisco de Paula recebeu, das mãos de um Anjo, o hábito monástico. Com 19 anos de idade, São Francisco de Paula obteve licença do Bispo local para construir um mosteiro no alto de um monte próximo a Paola. Rapidamente surgiram os primeiros discípulos e auxiliares. Da construção desse Mosteiro participaram os habitantes da cidade (ricos ou pobres, nobres ou plebeus). A construção do mosteiro constitui-se como um autêntico milagre pois pedras eram deslocadas com uma simples ordem de São Francisco de Paula; árvores pesadas e pedras enormes tornavam-se leves para serem removidas ou transportadas; os mantimentos cuja quantidade mal daria para saciar a fome de só trabalhador, alimentava muitos; até as pessoas doentes que iam participar das construções ficavam curadas. A construção do mosteiro é a origem da Ordem dos Eremitas de São Francisco ou da “Ordem dos Mínimos” como também é conhecida, fundada oficialmente por São Francisco de Paula no ano de 1435.

Para poder entrar na Ordem dos Mínimos, era necessário tornar-se pequeno, o menor entre todos, o último, atendendo ao que disse Jesus: “os últimos serão os primeiros 

São Francisco de Paula tinha o dom da cura. De entre os vários mortos que São Francisco de Paula ressuscitou destaca-se o seu sobrinho Nicolas. O rapaz desejava ardentemente fazer-se monge na Ordem que o tio acabava de fundar. Contudo a sua mãe, por apego humano, opôs-se a isso fortemente. O rapaz adoeceu e morreu e o corpo foi levado para a igreja do convento. Lá São Francisco de Paula pediu que o conduzissem à sua cela. São Francisco de Paula passou a noite em lágrimas e orações, obtendo assim a ressurreição do rapaz. Na manhã seguinte, quando a sua irmã chegou para assistir ao sepultamento do filho, São Francisco de Paula perguntou-lhe se ela ainda se opunha a que ele se fizesse religioso, ao que a mesma respondeu em lágrimas:

- “Ah!, se eu não me tivesse oposto, talvez ele ainda vivesse”.

– “Quer dizer que você está arrependida?” – insistiu o Santo.

– “Ah, sim!”. – respondeu a irmã.

São Francisco de Paula trouxe-lhe então o filho são e salvo, que a mãe abraçou em prantos, concedendo a licença que antes recusara.

Outro caso famoso foi o da ressurreição de um homem que havia sido enforcado três dias antes pela justiça. São Francisco de Paula restituiu-lhe não só a vida do corpo, como também a da alma.

Mas o fato mais extraordinário, e que segundo se sabe só ocorreu com São Francisco de Paula, foi o de ter ele ressuscitado duas vezes uma mesma pessoa. Tomás de Yvre, enquanto trabalhava na construção do convento da cidade de Paterno Calabro (Itália), foi esmagado por uma árvore. Levado à presença de São Francisco de Paula, este restituiu-lhe a vida. Tempos depois, Tomás de Yvre caiu do alto do campanário e o Santo restituiu-lhe novamente a vida.

Foi nessa altura que São Francisco de Paula viu o Arcanjo São Miguel, (seu protetor e da Ordem), trazendo-lhe uma espécie de ostensório em que aparecia o sol num fundo azul com a palavra Caridade ("Charitas"), e recomendando-lhe que São Francisco de Paula o tomasse como emblema da sua Ordem.

A fama de suas virtudes do santo chegou a França e o Rei Luís XI atacado por doença mortal, pediu a São Francisco de Paula que o fosse curar. Depois de receber autorização do Papa, São Francisco de Paula partiu para França. Assim que chegou junto do rei, São Francisco de Paula informou-o que a vontade de Deus não era curá-lo, mas levá-lo desta vida, preparando-o para a morte. O rei confiou então os seus filhos a São Francisco de Paula.

Esta viagem do santo a França foi providencial para a expansão da Ordem tanto em França como na Alemanha ou Espanha.

São Francisco de Paula faleceu a 2 de abril de 1507 (por coincidência uma sexta-feira santa).

Foi canonizado no ano de 1518 pelo Papa Leão X.

É padroeiro dos marinheiros.

 

São Francisco de Paula rogai por nós!

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