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Beata Joana de Portugal

Terça-feira, 12 Maio 2020por Visualizações : 3708

12mai b. joana de portugalBeata Joana de Portugal nasceu a 6 de fevereiro de 1452 em Lisboa (Portugal) e faleceu a 12 de maio de 1490 em Aveiro (Portugal). Era filha de D. Afonso V, décimo segundo rei de Portugal e de sua esposa Dª. Isabel. Beata Joana de Portugal nasceu após súplicas e orações prementes, pois ainda não havia herdeiro para o trono. Beata Joana de Portugal foi jurada princesa herdeira do trono, mas trocou esse título pelo de Infanta depois do nascimento do seu irmão, o rei D. João II.

Beata Joana de Portugal recebeu uma educação esmerada, humanística, a cargo de dois letrados ilustres da época, Cataldo Áquila e Parísio Sículo.

A beata ficou órfã de mãe aos 4 anos de idade. Com a morte da rainha, D. Afonso procurou entre as damas da corte uma a quem pudesse entregar confiadamente os seus filhos para serem educados nas mais profundas virtudes humanas e cristãs. Caiu a escolha em D. Beatriz, filha de D. Pedro de Meneses, senhora exemplar que formou estas duas crianças no temor de Deus e na atenção aos necessitados.

Aos 15 anos, beata Joana de Portugal tomou os encargos do governo da casa real. Levava vida penitente, usando cilício sob as vestes reais e passando as noites em oração. Jejuava frequentemente e como divisa ou insígnia real usava uma coroa de espinhos. Os pobres, os enfermos, os presos, os religiosos viam nela a sua protetora e amparo. Conservava um livro onde anotava os nomes de todos os necessitados, o grau de pobreza de cada um e o dia em que deveria ser dada a esmola. Por ocasião da Semana Santa, lavava os pés de doze mulheres pobres e presenteava-as com roupas, alimentos e dinheiro. Enquanto viveu na corte, praticou as mais altas virtudes cristãs.

Assim que a beata Joana de Portugal fez dezasseis anos, o seu pai começou a fazer projetos para casar a princesa, contudo a atenção da beata Joana de Portugal fixava-se no pretendente já por ela escolhido, Jesus Cristo.

Com a ajuda da sua dama da corte D. Beatriz Meneses, beata Joana de Portugal, foi investigando quais eram as Comunidades religiosas mais fervorosas que havia no País e soube que tinha muita fama de vida religiosa o convento das Dominicanas de Aveiro.

As duas (Beata Joana de Portugal e D. Beatriz Meneses) decidiram ir para lá, mas como as dificuldades levantadas à partida de Joana eram cada vez maiores, seguiu apenas a sua dama de companhia.

Entretanto, D. Afonso V, pai da beata, que não a autorizou a ir para um convento, não querendo contrariar demasiado a sua filha, autorizou-a a viver, no palácio, o género de vida que lhe aprouvesse.

Certo dia e aproveitando o regresso vitorioso do pai, da conquista de Arzila e Tânger, a princesa Joana preparou-se e enfeitou-se para receber o rei vitorioso e aproveitou a ocasião para lembrar ao pai que, por tão grandes vitórias, o rei devia oferecer a Deus algum presente precioso em que a vítima fosse apropriada à dignidade de tão grande rei, como era D. Afonso V.

O rei, achou que a beata Joana de Portugal tinha razão: e perguntou que vítima entendia ela que devia oferecer-se, ao que Joana respondeu: “Eu mesma, Senhor!”

O rei consentiu então que a beata Joana de Portugal entrasse para um mosteiro do reino e passado algum tempo, Joana entrou no real convento de Odivelas, onde tinha uma tia que a criara de pequenina. Como esta tia contrariava o projeto de clausura da sobrinha, beata Joana de Portugal pediu ao pai que a deixasse seguir para lugar mais retirado e tranquilo.

Assim o próprio pai foi buscar a filha e levá-la ao Convento de Jesus, em Aveiro, na festa de S. Domingos em 1472 e beata Joana de Portugal juntou-se à sua querida dama D. Beatriz. A beata encerrou-se no Mosteiro de Jesus, da Ordem de São Domingos, em Aveiro, onde sua humildade e obediência foram tão grandes, que ninguém podia dizer que ali estava uma filha de rei.  Levou sua humildade até o ponto de lavar roupa, amassar pão, varrer o convento. Aprendeu a fiar e a tecer. Do linho preparado por ela se faziam os corporais para a igreja.

D. João II, irmão da beata Joana de Portugal tentava dissuadi-la por todos os meios de se tornar religiosa. Quando a beata tomou o hábito, o ainda príncipe foi até Aveiro, levando consigo o bispo de Évora, D. Garcia de Meneses para tentar convencer a beata que o que estava a fazer era mau para o Reino. Contudo, beata Joana de Portugal estava firme nos seus propósitos.

Contudo beata Joana de Portugal nunca chegou a professar votos de freira dominicana, pois por questões de saúde os Superiores da Ordem acharam que provavelmente nunca teria forças para abraçar a regra. Numa cerimónia dolorosa para a beata, Joana de Portugal assinou um auto pelo qual renunciava a pronunciar os votos solenes, declarando ao mesmo tempo, contudo, que continuaria a habitar no convento de Jesus e a usar o hábito por devoção.

Beata Joana de Portugal faleceu a 12 de maio de 1490.

Beata Joana de Portugal foi beatificada pelo Papa Inocêncio XII no ano de 1693.

É a Padroeira principal da Diocese e da Cidade de Aveiro.

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