segunda, 17 dezembro 2012 16:41

Considerações do Beato João Paulo II sobre a Oração

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Deus é o protagonista na oração
Basta-te a Minha graça: a força realiza-se na debilidade. Não raramente somos tentados a pensar que Deus não nos ouve ou que não nos responde.


A oração pode mudar a vossa vida. Uma vez que afasta a vossa sua atenção para longe de vos mesmos e dirige a vossa mente e o vosso coração para o Senhor. Se olharmos só para nós mesmos, para as nossas limitações e os nossos pecados, cairemos muito rapidamente na tristeza e no desespero. Mas se mantivermos os nossos olhos no Senhor, então os nossos corações encher-se-á de esperança, iluminar-se-á a nossa mente com a luz da verdade, e conheceremos a plenitude do Evangelho com todas as suas promessas e a sua vida.

O que é oração? Geralmente é considerada como uma conversa. Numa conversa, há sempre um "eu" e um "tu". Neste caso, Tu com letra maiúscula. A experiência da oração ensina que se, inicialmente, o "eu" parece ser o mais importante, logo nos apercebemos que na realidade as coisas são de outra maneira. O mais importante é o Tu, porque a nossa oração parte da iniciativa de Deus.

Como reza o Papa? Respondo-vos: como qualquer cristão: fala e escuta. Às vezes, reza sem palavras, e é nessas ocasiões que melhor escuta. A coisa mais importante é precisamente o que "ouve". Ele também procura unir a oração às suas obrigações, às suas actividades, ao seu trabalho, e unir o trabalho à oração.

Orar não significa só que podemos dizer a Deus tudo o que nos esmaga. Orar também significa calar e ouvir o que Deus nos quer dizer.

A oração deve abraçar tudo o que é parte das nossas vidas. Não pode ser algo extra ou marginal. Tudo deve encontrar a sua própria voz na oração. Também tudo o que nos oprime, do qual temos vergonha, o que, pela sua natureza nos separa de Deus. Precisamente isso, especialmente. A oração é a que sempre, primeira e essencialmente, quebra a barreira que o pecado e o mal podem ter levantado entre nós e Deus.

Também devemos orar porque somos frágeis. Devemos reconhecer com humildade e realismo que somos pobres criaturas, com ideias confusas, tentados pelo mal, fracos e frágeis, com necessidade constante de força interior e conforto.

A oração é o reconhecimento dos nossos limites e da nossa dependência: vimos de Deus, somos de Deus e voltaremos para Deus. Portanto, não podemos deixar de nos abandonar a Ele, nosso Criador e Senhor, com confiança total e completa.

Se procurardes a Cristo, ouvireis também no mais íntimo das vossas almas as exigências do Senhor, as suas propostas.

Na oração, portanto, o verdadeiro protagonista é Deus. O protagonista é Cristo, que constantemente liberta a criatura da escravidão da corrupção e a leva à liberdade, para a glória dos filhos de Deus. O protagonista é o Espírito Santo que "nos ajuda na nossa fraqueza."

Procurai fazer também um pouco de silêncio nas vossas vidas para pensar, reflectir e rezar com mais fervor e comprometer-se com mais decisão. Hoje é difícil criar "áreas de deserto e silêncio", porque estamos continuamente envolvidos na engrenagem das ocupações, no calor dos acontecimentos e no turbilhão dos meios de comunicação, de modo que a paz interior está em perigo e os pensamentos sublimes que devem qualificar a existência do homem encontram obstáculos.

Deus ouve sempre e responde-nos, mas a partir da perspectiva de um amor maior e de um conhecimento mais profundo do que o nosso. Quando parece que Ele não atende aos nossos desejos concedendo-nos o que Lhe pedimos, por mais nobre e generoso que o nosso pedido nos pareça, na verdade, Deus está a purificar os nossos desejos em virtude de um bem maior, muitas vezes além de nossa compreensão nesta vida. O desafio é "abrir o nosso coração", louvando o seu Nome, buscando o seu Reino, aceitando a sua Vontade.

"Quando rezardes deveis estar conscientes de que a oração não é apenas pedir a Deus por algo ou procurar uma assistência especial, ainda que a oração de petição seja uma forma de oração autêntica. A oração, no entanto, deve ser também caracterizada pela adoração e pela escuta atenta, pedindo a Deus perdão e implorando a remissão dos pecados.

A oração deve estar, acima de tudo: quem não compreende isto e que não o pratica, não se pode desculpar com a falta de tempo: o que está em falta é o amor.

Não é raro, sermos tentados a pensar que Deus não nos ouve ou não nos responde. Mas, como Santo Agostinho sabiamente nos recorda, Deus conhece os nossos desejos ainda antes de eles se manifestarem. Ele afirma que a oração é para o nosso proveito, quando oramos "pomos em obra" os nossos desejos, para que possamos obter de Deus o que Deus já está disposto a dar. A oração é para nós uma oportunidade de "abrir os nossos corações."

Para orar, devemos procurar em nós um profundo silêncio interior. A oração é verdadeira, se não nos procurarmos a nós mesmos na oração, mas só ao Senhor. É preciso identificamo-nos com a Vontade de Deus, tendo o espírito despojado, pronto para a entrega total a Deus. Então perceberemos que toda a nossa oração converge, pela sua própria natureza, na a oração que Jesus nos ensinou e que se converte na sua única oração no Getsêmani: "Não a minha vontade mas a tua"

A oração pode definir-se de muitas maneiras. Mas o mais frequente é defini-la como um colóquio, uma conversa, um “entreter-se” com Deus. Ao conversar com alguém, não falamos apenas nós mas também ouvimos. Oração, portanto, é também uma escuta. Consiste em pôr-se a escutar a voz interior da graça. Para ouvir o chamamento.

O homem não pode viver sem oração, da mesma forma que não pode viver sem respirar.

Através da oração, Deus revela-se fundamentalmente como Misericórdia, ou seja, como o Amor que vai ao encontro do homem que sofre. Amor que suporta, que levanta, que convida à confiança.

A intervenção humanitária mais poderosa continua a ser sempre a oração, porque contém um grande poder espiritual, especialmente quando acompanhada pelo sacrifício e sofrimento.

A oração é também uma arma para os fracos e para aqueles que sofrem alguma injustiça. É a arma de guerra espiritual que a Igreja usa no mundo, pois não tem outras armas.

São Paulo, orando no meio das dificuldades da vida, ouviu estas palavras do Senhor: " Basta-te a Minha graça: a força realiza-se na debilidade." A oração é a condição primeira e fundamental da cooperação com a graça de Deus. Deve-se rezar para obter a graça de Deus e é necessária a oração para cooperar com a graça de Deus

In O Caminho de Maria

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